LIBERTAR ESTIGMA
A LIMITAÇÃO E REVOLTA
"Fibromialgia, a dor da incompreensão."

A fibromialgia encontra-se associada a fenómenos de estigmatização que exercem um profundo efeito negativo sobre os doentes.
O termo estigma advém da existência de estereótipos, preconceito e discriminação sentidos
por alguém que possui algo diferente/anormal/errado que é conhecido ou visível para os
outros, provocando uma atitude igualmente diferente por parte dos outros. Tem sido
demonstrado que o estigma possui uma panóplia de efeitos negativos, não só nos indivíduos
que o sofrem (nomeadamente depressão, ansiedade, baixa auto-estima, isolamento e menor
satisfação), mas também nas suas interações e atividades, tais como nas relações com o
parceiro, familiares, amigos e colegas e na área laboral.
A não compreensão da intensidade e da limitação que os sintomas provocam, quer pelos médicos quer pelo familiares e pessoas ao redor, devido à natureza subjetiva dos sintomas e pelo facto de não haver nenhuma característica visível ou exame que o comprove, é razão do sofrimento emocional reforça o estigma. Parte significativa dos doentes com fibromialgia sente que a sua doença não é aceite pelos seus companheiros, familiares, amigos, colegas de trabalho e sociedade em geral. Neste sentido, a vida social é um importante aspecto afetado na vida dos doentes, que se pode tornar limitada devido ao isolamento dos doentes.
A entrada no desemprego, a impossibilidade de fazer certas atividades, a não compreensão
dos sintomas, o elevado nível de invalidação sentido, o impacto negativo nas relações, o
isolamento, a exclusão social e o difícil controlo sintomático levam a uma diminuição
significativa da qualidade de vida e a um agravamento do estado de saúde, tanto físico como
mental, incluindo o aumento da severidade dos sintomas de fibromialgia. A validação dos
sintomas e dificuldades sentidas pelos doentes com fibromialgia e a confiança nos médicos
que os acompanham influenciam favoravelmente a evolução dos sintomas e a qualidade de
vida.